- Aí cumpadi !!! Tu vai pá onde? - respondi com educação.
- Vou para o hotel Mairinque*. Você o conhece? - e ele prontamente respondeu.
- Já é parceiro ... aqui eu conheço até os buracos.
E começou a aventura. O taxista muito simpático deu uma de "guia turístico" me mostrando cada ponto da cidade, cada lugar, cada paisagem ... mas estava muito cansado e confesso que só ouvia um zumbido de fundo e deixava que meus olhos contemplasse a beleza daquele lugar. Cheguei no hotel ... só deu tempo de tomar banho e colocar o relógio para despertar, afinal já passava das 20h e no outro dia eu tinha que estar de pé às 5h da matina. Deixei o celular do lado da cama, perto do interruptor ... para que a luz acendesse os meus olhos sonolentos.
Ao som de Don't Worry/Be happy escuto de longe o celular acordar meus ouvidos ... imediatamente apertei o botão parando a música e já levei as mãos ao interruptor ... naquele instante a luz brilhou nos meus olhos e na volta do meu corpo ... em cima do meu peito ... duas antenas observavam os movimento dos meus olhos ... o inseto de nome barata estava em cima de mim ... confesso que naquele momento parecia uma "kênga" (como diz meu avô) ... pulei da cama empurrando o edredom e de cama em cama fui buscar uma arma que pudesse usar, havia esquecido meu chinelo ... usei meu tênis e ataquei naquele monstro que mais parecia um dinossauro me desafiando subindo pelas cortinas ... desisti ! Tomei banho e fui trabalhar. Avisei a recepção e fui trabalhar lembrando daquelas antenas que vislumbravam sabe lá o quê. Na volta do dia ... cansado, mas pensativo questionei a recepção se acertaram o monstro e tive a seguinte resposta:
- Senhor, nós não encontramos a barata - disse a recepcionista - se o senhor quiser pode trocar de quarto. Pensei ... se eu trocar de quarto essa mina com certeza vai pensar ... - esses paulistas boiolas !!! Com medo de uma barata ?! - e respondi: - Não, sem problemas eu vou dar uma olhada no quarto e qualquer coisa aviso.
Entrei no quarto parecendo um soldado que vai para guerra ... analisando cada parte do quarto e lembrei que ela subiu para as cortinas ... lentamente fui até lá e com muito cuidado sacudi-a .... a danada caiu sobre os meus pés ... novamente parecia uma "kênga" ... mas quando olhei para ela no chão desisti e disse:
- Na boa .. eu não vou te matar não! Você venceu !!!
Liguei na recepção e disse ... ela ainda está aqui ... quero trocar de quarto !
E até hoje uma dúvida paira sobre a minha cabeça ... aquilo era uma barata ou um dinossauro? Ainda estou sem resposta ....
Obs: * o nome do hotel foi guardado.
B. Pinta
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